Revista Norte Científico - e-ISSN 2236-2940

Editorial 2023

2024-01-19T13:17:43-04:00

TERRITORIALIDADES FEMININAS NO NORTE DA AMAZÔNIA: A invisibilidade da mulher nos anúncios do jornal Folha de Boa Vista em 1988

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O artigo analisa as territorialidades femininas no jornal Folha de Boa Vista em 1988, último ano em que Roraima foi Território Federal. Para isso, realizou-se um estudo dos anúncios publicados no jornal, problematizando dois aspectos: a presença-invisibilidade feminina em peças publicitárias direcionadas a esse público e a presença de mulheres oferecendo serviços. O jornal Folha de Boa Vista foi o impresso mais antigo em circulação em Roraima e, devido à pandemia de covid-19, rodou de forma impressa até março de 2020, mas continua on-line. Para estudar o panorama da participação das mulheres nos conteúdos publicados, foi usada a cartografia como procedimento metodológico, com base em Kastrup (2009, 2007), Rolnik e Guattari (2010). Consultaram-se Néstor Canclini (1997) e Lívia Barbosa e Colin Campbell (2006), ao analisar a abordagem do jornal sobre as relações de consumo, para compreender as consequências das operações da publicidade na vida cotidiana. O corpus de pesquisa foi formado por 59 edições, 434 páginas e 76 anúncios. A partir da análise dos dados coletados, aliada à discussão com autores da área, identificaram-se poucos anúncios voltados ao público feminino e apenas um utilizando imagem fotográfica de mulher, demonstrando uma invisibilidade desta nas publicidades do jornal em 1988.

POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS E SUA ATUAÇÃO NOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS: A ação do Instituto Federal de Roraima

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Assim como as demais unidades espalhadas pelo Brasil, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR) nasceu idealizado sob a perspectiva de ser uma unidade educacional de referência na produção científica de cunho técnico e tecnológico, em uma aplicação de uma política pública de educação. A criação dos Institutos Federais (IFs) se deu pela crença que essas unidades educacionais, em consonância com os conglomerados produtivos, trariam o desenvolvimento produtivo esperado. Diante das críticas direcionadas a esses institutos espalhados pelo Brasil, em especial, àqueles focados no baixo impacto técnico e tecnológico para desenvolvimento dos chamados Arranjos Produtivos Locais (APLs), estão os localizados no norte do país. Este estudo exploratório quali-quanti, realizado por meio de levantamento bibliográfico, discutiu o conceito de APLs e examinou o quanto se diferencia do conceito de cluster, para assim certificar se os objetivos concebidos para essas unidades estão dentro de suas possibilidades de atuação. O primeiro tópico busca contextualizar as políticas públicas e políticas educacionais, a segunda parte discute os APLs e cluster e, por último, conclui-se que o estado de Roraima ainda é um estado com grande participação da administração pública na economia e o IFRR nestes 30 anos de atuação vem cumprindo seu papel no desenvolvimento e formação dos APLs que ainda não estão totalmente consolidados.

CONTEXTUALIZANDO A EDUCAÇÃO INFANTIL INDÍGENA NA COMUNIDADE ANTA II, RORAIMA

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O presente artigo tem como objetivo realizar um relato de experiência referente as políticas de implementação da educação infantil indígena na comunidade Anta II, na região do Tabaio no município de Alto alegre em Roraima, considerando a criança indígena no contexto da educação infantil institucionalizada. Descreve o que é ser criança indígena, levando em conta a educação indígena e a educação escolar indígena. Aborda as políticas de educação, que reconhecem formalmente a diversidade e a pluralidade étnico-cultural, como a Constituição de 1988 e a LDB de 1996. Assim como as legislações vigentes que dão passos importantes na formulação de princípios gerais visando a uma educação diferenciada, bilíngue e intercultural, abordando mais especificamente as referente a Educação Infantil. A implantação da Educação Infantil na Comunidade Anta II está posta e apoiada legalmente e o que deve ser considerado é a diferença entre o que está previsto e a sua aplicabilidade, a forma como ela está e irá integrar a educação indígena com a educação escolar indígena.

O O LEITOR FERNANDO PESSOA E A ANGLICIDADE: A biblioteca do poeta fingidor

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Escrito em tom ensaístico, este artigo busca apresentar traços gerais da biblioteca particular de Fernando Pessoa, no intuito de auxiliar na percepção das interfaces entre o Pessoa leitor e o Pessoa escritor. O que está no fundamento da proposta deste texto é a identificação da leitura formativa, muito mais do que fazer uma análise exaustiva de algum tema recorrente nos textos do grande poeta português e seu respectivo paralelo com seu acervo. A indagação que instiga essa investigação questiona a respeito daquilo que seria a substância axial, nas leituras de Pessoa, que apontariam para um horizonte peculiar na sua construção enquanto escritor. Esse elemento é apontado como a anglicidade, ou a formação da Inglaterra Vitoriana, de modo que aquilo que é revelado nos textos pessoanos conecta-se à sua formação de matriz inglesa. A investigação foi conduzida por meio de uma pesquisa documental – através das cartas e títulos dos livros presentes na biblioteca de Fernando Pessoa – seguida de uma reflexão crítica a respeito das características que se identificavam ao longo da pesquisa.