O QUE AS MÃOS NÃO FOLHEIAM, OS OLHOS NÃO VEEM

  • Karolyne Pereira da Silva
  • Hudson do Vale de Oliveira
  • Francimeire Sales de Souza
Palavras-chave: Gêneros textuais, Leitura, Transformação

Resumo

Muitas são as reclamações, não só no Brasil, mas em outros vários
países, sobre a falta de leitura principalmente entre jovens. Pensando-se nessa
questão, vários estudiosos buscam decifrar o enigma e desenvolver técnicas que
possam amenizar a problemática. Nesse sentido, há, por exemplo, práticas de
ensino e de aprendizagem dos diferentes gêneros textuais (e-mail, torpedos, cartas
do leitor, editorial, notícias, reportagens, relatos de viagem, diários, etc), expandindo
as possibilidades de desenvolvimento da leitura e da escrita nos diferentes níveis de
ensino, já que as crianças e os adolescentes, ao se transformarem por meio da
leitura, modificam o ambiente em que vivem. Isso porque, conforme Bellenger (1977,
p. 17), “Ler é sair transformado de uma experiência de vida, um apelo, uma ocasião
de amar sem a certeza de que se vai amar. Pouco a pouco, o desejo desaparece
sob o prazer”. Então, torna-se visível a relevância da criação de um ambiente que
motive a prática de leitura, minimizando dificuldades que permeiam esse processo.
Importante aqui lembrar que aprender a ler supõe não apenas o conhecimento das
letras e do modo de decodificá-las (ou de associá-las), e sim o uso dessa habilidade
para a comunicação, fator essencial em um determinado contexto sociocultural. “A
leitura do mundo antecede a leitura da palavra”, como bem explicou Paulo Freire. O
objetivo do projeto de extensão proposto foi despertar o gosto pela leitura,
culminando no resgate das memórias de cada participante. Neste sentido, buscouse
colaborar no processo de leitura, em função da aproximação com o tema dos
textos lidos, inclusive nas situações de oralidade, criando-se, assim, uma atmosfera
de união entre os jovens e a leitura. O projeto foi desenvolvido junto aos alunos do
8º ano (antiga 7ª série) do Colégio Militar Professora Elza Breves de Carvalho. A
escola parceira definiu uma turma que seria a participante do projeto. As atividades
do projeto, referente ao planejamento das ações (tais como: levantamento
bibliográfico sobre a temática do projeto; definição dos livros a serem utilizados;
pesquisas sobre materiais dos livros selecionados para o projeto; e preparação de
material para ser utilizado nos encontros), foram concentradas no IFRR / Campus
Boa Vista Zona Oeste, porém os encontros ocorreram na escola parceira. Percebeuse,
inicialmente, quando da apresentação do projeto, que a turma definida pela
escola parceira para participar, no geral, pareceu empolgada. Porém, ao longo dos
encontros, observou-se a pouca participação da turma. Tal percepção, infelizmente,
corrobora os dados na literatura acerca da pouca leitura pela população.

Publicado
2019-07-03