DESEMPENHO REPRODUTIVO DE PEIXES DA ESPÉCIE MOLINÉSIA (Poecilia velifera) RECEBENDO EXCLUSIVAMENTE Lemma minor EM SUA DIETA

  • Maria da Conceição Santos
  • Jailson Silva
  • Braulio Cruz
  • Wesley Farias
  • Tassiane Ferrão
  • Hugo Alves
Palavras-chave: Alimentação, Macrófita aquática, Molinésias

Resumo

As macrófitas aquáticas são recursos já utilizados eficientemente no tratamento de efluentes e como recurso alimentar por vários grupos de animais, inclusive, na dieta de peixes ornamentais por apresentarem nutrientes essenciais ao metabolismo. O objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho reprodutivo de peixes molinésia (Poecilia velifera) recebendo em sua alimentação exclusivamente a macrófita aquática lemna (Lemna minor) fornecida sob a forma desidratada. O projeto foi desenvolvido no Instituto Federal de Roraima, Campus Novo Paraíso, Caracaraí, no período de abril a outubro de 2019, utilizando-se delineamento amostral inteiramente ao acaso para os dois tratamentos utilizados: Tratamento controle (1), onde os peixes recebiam ração comercial e o Tratamento (2) onde recebiam exclusivamente Lemna minor na alimentação. Os tratamentos consistiam em duas caixas d’água com capacidade de 1.000 litros de água cada, preenchidas com volume de 300L a 500L de água onde eram colocados os peixes. Em cada caixa foram colocados 7 fêmeas de molinésia e 2 machos. O delineamento experimental foi de ensaio clínico randomizado. Diariamente foi verificada a temperatura do ambiente e da água e semanalmente o pH, amônia e oxigênio dissolvido. Inicialmente, no Tratamento 2 ocorreu a morte de seis indivíduos, os quais foram substituídos pelo mesmo número e, após 5 meses, mais 7 exemplares de molinésia morreram sendo novamente substituídos, no último mês de experimento todos estes também morreram. No Tratamento controle (1) a taxa de mortalidade foi menor: apenas 4 indivíduos ao logo do projeto. A reprodução dos exemplares somente ocorreu no Tratamento controle. Dentre as variáveis limnológicas verificadas, o pH variou de neutro a alcalino nos dois tratamentos, e, em geral, para o melhor desenvolvimento de peixes, níveis de pH mais próximos de neutro são os ideais. As taxas de oxigênio dissolvido se mantiveram constantes nos dois tratamentos. A amplitude de variação de temperatura foi de 3 graus e a concentração de amônia chegou a 0,25ppm nos dois tratamentos, condição esta que pode ter favorecido a mortalidade dos peixes principalmente no Tratamento 2, uma vez que a entrada de matéria orgânica no sistema possa ter acelerado o processo de formação de amônia tóxica. Neste estudo, observou-se que os peixes do Tratamento 2 ainda necessitam de algum elemento para completar a necessidade reprodutiva dos indivíduos, bem como a formação de amônia tóxica possa ter influenciado nos índices de reprodução dos peixes, uma vez que não existia circulação de água em ambos os tratamentos. Recomenda-se a utilização de sistema RAS (Recirculation Acqua System), para que se possa minimizar os níveis tóxicos de amônia.

Publicado
2019-12-18