UMA SEQUENCIA DIDÁTICA DE LÍNGUA ESPANHOLA À LUZ DA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA: UMA EXPERIÊNCIA A PARTIR DO ESTÁGIO SUPERVIOSADO NO ENSINO MÉDIO
Palavras-chave:
Didática da Pedagogia Histórico-Crítica, Intencionalidade, Língua Espanhola, Realidade socialResumo
Esta pesquisa surgiu a partir do estágio supervisionado, 2019.2, proporcionado pelo Curso de Letras Espanhol e Literatura Hispânica, do IFRR. Durante as atividades do estágio, tivemos a oportunidade de observar as práticas docentes de uma escola da rede estadual de ensino. A partir da observação, no período da regência, foi elaborada uma sequência didática na perspectiva da Pedagogia Histórico-Crítica, pois, ao dialogarmos com os gestores da escola, estes solicitaram que na execução das aulas desenvolvêssemos um trabalho diferenciado que fugisse daquilo que rotineiramente era desenvolvido pela escola, ou seja, aulas menos conteudistas. Neste sentido, traçamos como objetivo, analisar a aplicabilidade da metodologia da Pedagogia Histórico-Crítica no ensino de Língua Espanhola. Desta forma, utilizamos para ministrar nossas aulas e, consequentemente, para a análise dos dados, os fundamentos teórico da Pedagogia Histórico-Crítica, vislumbrando a realidade social dos alunos. A construção dos dados foi realizado em uma turma do Ensino Médio, na disciplina de língua espanhola, do município de Boa Vista, na qual foi aplicado um projeto de ensino com o tema: “Los Cuentos: Robín Hood”, ou seja, por meio do conto infantil de Robín Hood trabalhamos os conteúdos estabelecidos pelo plano anual da unidade de ensino, campo de estágio, no sentido de analisar de forma crítica se o que é preconizado pela Pedagogia Histórico Crítica é viável na prática. Para esta abordagem educacional, o professor deve criteriosamente selecionar os conteúdos, com a finalidade de não apenas fazer com que os discentes dominem os recursos linguísticos que deverão ser ensinados, mas que busquem um meio para que através do ensino os alunos compreendam a sociedade na qual estão inseridos e que possam atuar sobre ela. Em outras palavras, o professor não trabalhará gramática só por trabalhar, isto é, o conteúdo linguístico segundo os preceitos da Pedagogia Histórico Crítica tem que obrigatoriamente estabelecer relação com a realidade objetiva, pois, somos seres sociais e tudo o que somos ou criamos (coisas materiais ou não materiais) são frutos da atividade humana produzidos ao longo do processo histórico. Assim, verificamos que um planejamento com base nesta teoria, tem que haver uma intencionalidade. Na abordagem crítica, a linguística é ensinada no sentido de compreensão do gênero discursivo, para que os alunos estabeleçam relação com sua realidade social por meio do texto. E seguindo os passos da didática da Pedagogia Histórico Crítica, constatamos em nossa docência que aquilo que havíamos planejado, de forma intencional, produziu nos alunos exatamente aquilo que pretendíamos por meio da aula, ou seja, os discentes aprenderam os conhecimentos gramaticais e linguísticos, porém, conseguiram ir além, compreenderam a questão da exploração que existe na sociedade em que vivemos e o papel do conhecimento desta realidade, pois é por meio dela que os filhos da classe trabalhadora, podem lutar por uma sociedade justa e igualitária, pois, é isto que a Pedagogia Histórico Crítica propõe por meio do ensino.