COMUNIDADE ZOOPLANCTÔNICA ASSOCIADA A PLANTAS AQUÁTICAS EM UM SISTEMA DE PISCICULTURA

  • Maria da Conceição Alves dos Santos
  • Hugo Ricardo Bezerra Alves
  • Braulio Crisanto Carvalho da Cruz
  • Wesley da Cruz Farias
  • Jailson Ferreira da Silva
Palavras-chave: Macrófitas, Piscicultura, Zooplâncton

Resumo

A comunidade zooplanctônica se constitui em grupo chave na estruturação de quaisquer ambientes aquáticos, constituindo importante elo entre os produtores primários e os níveis tróficos subsequentes. Esses organismos respondem rapidamente diante de eventuais variações nos fatores físicos, químicos e biológicos da água e, por isso, também são importantes como bioindicadores. Os organismos classificados como zooplâncton são basicamente os Protozoa, Rotifera, Insecta e Crustacea, este último composto pelos microcrustáceos, sendo eles predominantemente Copepoda, Cladocera e Ostracoda. Este trabalho teve como objetivo analisar a composição da comunidade de zooplâncton em 3 reservatórios de água. Os taques apresentavam volume de 2.000L de água cada, contendo no primeiro tanque a macrófita Eichhornia crassipes (aguapé), no segundo Salvinia auriculata (salvínia) e no terceiro Pistia stratiotes (alface d’água), todos localizados no Instituto Federal de Roraima, Campus Novo Paraíso, Caracaraí. As plantas aquáticas atuavam como filtros biológicos para tratamento de efluente de um tanque de piscicultura, em um sistema de recirculação de água. Também se avaliou a frequência de ocorrência dos grupos de organismos encontrados, classificando-os quanto à presença em constante (acima de 50%), comum (de 10% a 50%) e raros (abaixo de 10%). Além disso, foram analisados os seguintes parâmetros: temperatura, pH e amônia. A coleta foi realizada no período hidrológico de inverno (junho/2019). A identificação dos organismos chegou em alguns casos a nível taxonômico de família. No tanque contendo aguapé foram identificados: Copepoda (Calanoida e Cyclopoida), Cladocera (Chydoridae), Rotifera e Protozoa (tecameba). No tanque contendo Salvinia se identificou Ostracoda e Rotifera. E no tanque onde havia Pistia stratiotes foram encontrados Ostracoda, Rotifera, Copepoda (Cyclopoida) e Cladocera (Chydoridae). Para a frequência de ocorrência observou-se que copépodes, ostrácodes, rotíferos e quidorídeos podem ser considerados constantes. As tecamebas podem ser consideradas comuns. Em relação às variáveis limnológicas, microcrustáceos são bastante sensíveis a variações de temperatura e alimento, no entanto, observou-se que a temperatura se manteve constante favorecendo a presença destes organismos. A presença dos microcrustáceos e rotíferos em maior proporção neste trabalho, principalmente no tanque contendo aguapé, corrobora informações encontradas em outros estudos que afirmam que estes organismos têm boa adaptação em locais com maior disposição de matéria orgânica. As medidas de pH não demonstraram variações acentuadas na faixa de alcalinidade, e os níveis de amônia foram menores nos tanques com Salvinia auriculata e Pistia stratiotes. A presença da comunidade zooplanctônica em destaque corrobora a importância destes organismos na estruturação desse sistema aquático, atuando como elo fundamental na transferência de energia e na decomposição da matéria orgânica presente na água que recircula entre os tanques. 

Biografia do Autor

Maria da Conceição Alves dos Santos

Professor do IFRR/Campus Novo Paraíso

Hugo Ricardo Bezerra Alves

Professor do IFRR/Campus Novo Paraíso

Braulio Crisanto Carvalho da Cruz

Professor do IFRR/Campus Novo Paraíso

Wesley da Cruz Farias

Bolsista do PIBICT - IFRR/Campus Novo Paraíso

Jailson Ferreira da Silva

Bolsista do PIBICT - IFRR/Campus Novo Paraíso

Publicado
2019-12-19