ABSENTEÍSMO POR DOENÇA EM INSTITUIÇÃO FEDERAL NO EXTREMO NORTE DO BRASIL: Um estudo em tempos de pandemia do Covid 19
Palavras-chave:
Absenteísmo, Ambiente de trabalho, Covid19Resumo
O absenteísmo por doença em instituições federais é um problema relevante que afeta a produtividade e o funcionamento das organizações, podendo resultar de uma variedade de fatores. Objetivou-se analisar a incidência e as causas do absenteísmo por doença em uma instituição federal no extremo norte do Brasil, durante o período de 2018 a 2022, com foco nos impactos da pandemia de covid-19. Realizou-se um estudo documental de série temporal, segundo casos de absenteísmo por doença, registrados no Subsistema Integrado de Saúde do Servidor Público e disponibilizados pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR), no estado de Roraima. Posteriormente, por meio de uma abordagem transversal, foi desenvolvida uma análise do tipo descritiva de uma amostra de 36 participantes que responderam a um questionário estruturado aplicado no mês de janeiro de 2024 com 11 perguntas, por formulário na plataforma (Google Forms), sobre o ambiente laboral e as medidas implementadas pela instituição no período da pandemia. Os dados foram organizados em uma planilha eletrônica com as variáveis, caracterizadas por frequências absolutas e relativas (em %). As informações pertinentes ao absenteísmo por doença foram analisadas segundo as recomendações do Permanent Commission and International Association on Occupational Health (1973). Em seguida, foi realizado o Teste do Qui-Quadrado de Pearson e o Teste Exato de Fisher, sendo considerado nível de significância de 5%. Houve predomínio de afastamentos entre mulheres e técnicos-administrativos em Educação. Transtornos mentais e comportamentais (40,6%), além de doenças infecciosas e parasitárias (40,5%), foram as principais causas dos afastamentos, com uma mudança significativa durante a pandemia, quando outras doenças, como a covid-19, passaram a predominar. As associações entre absenteísmo por doença dos servidores da instituição com o período investigado e o sexo foram estatisticamente significativas; bem como entre o motivo dos afastamentos dos servidores com absenteísmo por doença e o período investigado. A maioria dos servidores (66,7%) participou ocasionalmente de iniciativas de saúde e segurança no trabalho, mas muitos (47,2%) não demonstraram interesse no suporte psicológico oferecido. Os principais desafios enfrentados incluíram impactos na saúde mental e emocional (58,3%) e medo de contaminação (52,8%). As medidas institucionais contra a disseminação da covid-19 foram consideradas satisfatórias por 80,5% dos participantes, contudo, muitos servidores (36,1%) não se sentiam seguros no trabalho presencial, mesmo com a disponibilidade de equipamentos de proteção individual e coletiva (80,5%). Ademais, não houve resultado estatisticamente significativo ao associar a percepção dos servidores acerca das medidas implementadas pela instituição no ambiente de trabalho durante a pandemia com a sensação de segurança e ações de prevenção de doenças e promoção da saúde. O absenteísmo por doença foi impactado por transtornos mentais e covid-19. Embora as medidas de biossegurança tenham sido bem avaliadas, a insegurança persistente e a falta de interesse no suporte psicológico evidenciam áreas críticas a serem abordadas para melhorar o bem-estar e reduzir o absenteísmo.