CARACTERIZAÇÃO DA FAUNA RECEBIDA PELO CENTRO DE TRIAGEM DE ANIMAIS SILVESTRES (CETAS) DE RORAIMA (2020–2023)
Palavras-chave:
Aves, Biodiversidade, Conservação, TráficoResumo
O Brasil, um dos países mais diversos do mundo, é responsável por cerca de 15% da biodiversidade do planeta, com aproximadamente 119 mil espécies de fauna e 49 mil espécies de flora. Grande parte dela é encontrada no Bioma Amazônia, que abriga cerca de 14 mil espécies de plantas e mais de 30 milhões de espécies de animais. No entanto, atividades antrópicas, como a degradação ambiental e o tráfico de animais silvestres, vêm colocando em risco essa biodiversidade. Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo caracterizar a fauna recebida pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) de Roraima no período de 2020 a 2023. A metodologia incluiu a coleta de dados do Sistema de Informações dos CETAS (SisCetas), organizados em tabelas no Excel e categorizados por classe, origem e município de procedência. Em seguida, utilizou-se o Power BI para visualizar os dados, permitindo identificar padrões de resgate, apreensão e mortalidade, além das áreas de maior ocorrência. Para verificar espécies ameaçadas e suas categorias de risco, foi utilizada a plataforma SALVE do ICMBio. Entre 2020 e 2023, o CETAS recebeu 2.866 animais, sendo cerca de 69% deles com origem nos municípios Boa Vista e Cantá. A maioria dos animais recebidos pertencem aos grupos de aves e répteis, que representaram, respectivamente, 57% e 37%. Em relação ao tipo de entrada no CETAS, 58,43% dos animais foram entregues voluntariamente, 31,48% resgatados e 12,08% apreendidos. Em relação ao risco de extinção, dentre os animais recebidos, 21 espécimes se encontram na categoria Vulnerável (VU) e 119 espécimes na categoria Quase Ameaçada (NT). Os resultados reforçam o papel essencial do CETAS na conservação da fauna local e na contribuição para formulação de políticas públicas de proteção. A alta incidência de animais, principalmente aves, que são constantemente visadas pelo comércio ilegal, reforça a importância da realização de ações contra o tráfico de animais silvestres e a necessidade de aprimoramento de programas de educação ambiental