PANORAMA DO USO DE AGROTÓXICOS NO ESTADO DE RORAIMA
Palavras-chave:
Comercialização, Periculosidade ambiental, Pesticidas, ToxicidadeResumo
O estado de Roraima está em crescente expansão agrícola. A área de cultivo da soja cresceu cerca de 100% nos últimos anos, representando na última safra cerca de 360 mil toneladas. Para atingir os elevados níveis de produção, os agricultores utilizam agrotóxicos no controle de pragas e ervas daninhas. No entanto, seu uso excessivo gera preocupação principalmente devido aos riscos ambientais e à saúde que esses produtos podem causar. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi analisar o panorama do uso de agrotóxicos no estado de Roraima no período de 2018 a 2022, por meio do levantamento e análise quantitativa dos dados de comercialização de agrotóxicos no estado de Roraima, disponibilizados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis – IBAMA. Foram analisados volume de vendas quanto ao tipo e função dos agrotóxicos (fungicida, acaricida, herbicidas), classificação toxicológica e classificação ambiental, no período de 2018 a 2022. No período analisado, o estado de Roraima aumentou cerca 160% na comercialização de agrotóxicos, que corresponde a 799 toneladas de ingrediente ativo. Neste período, os herbicidas foram a classe mais vendida, correspondendo a 72% do total de vendas em 2022. Em relação à periculosidade ambiental, 67% dos produtos pertencem a classe III (perigosos) e 29% a classe II (muito perigoso). Alguns dos produtos utilizados destacam-se pela capacidade de percorrer longas distâncias, gerando contaminação de águas superficiais e subterrâneas e toxicidade à organismos não alvos. Em 2015, de acordo com Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), o estado já havia detectado resíduos de agrotóxicos na água acima do limite máximo permitido. No entanto, apesar da recente crescente produção agrícola e do uso de agrotóxicos, não existem dados oficiais após esse período. O alto consumo de agrotóxicos observados nos últimos anos no estado de Roraima demonstra a urgente necessidade de monitoramento dos resíduos desses produtos.