CONTRIBUIÇÕES DOS CONTOS POPULARES NAS ESCOLAS DO CAMPO

  • Clarice Gonçalves Rodrigues Alves Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR)

Resumo

 A educação do campo tem suas peculiaridades, exigindo que o educador que atua nesta modalidade de ensino execute práticas pedagógicas que relacionem conteúdos disciplinares com o cotidiano dos educandos, que provoque questionamentos sobre o mundo do trabalho, sobre suas interações com a sociedade, sobre sua percepção de si e do meio circundante. O presente trabalho pretende analisar as contribuições da oralidade na educação do campo. As análises surgiram dos resultados projeto de ensino, pesquisa e extensão "Conte Comigo", executados entre 2013 e 2015, no Instituto Federal de Roraima- Campus Novo Paraíso (IFRR-CNP) e nas escolas na zona rural dos municípios de Caracaraí e Rorainópolis, ambos localizados no sul do estado de Roraima. Aos institutos federais localizados na zona rural é delegado um papel fundamental que é criar meios para que a escola do campo seja um agente de mudança, um espaço coletivo de criação e recriação constantes, que qualifica os agricultores e seus filhos para o trabalho e para a vida e que seja um lugar de trocas e proximidades. A escola do campo deve ser coerente, questionadora e transformadora. Neste contexto, a oralidade, as narrativas orais, a leitura dos contos populares são ferramentas pedagógicas e instrumentos artísticos que colaboram para a expressividade e a dialogicidade dos estudantes. Através de uma experiência pontual acerca do uso dos contos populares no IFRR, nas escolas rurais e centros comunitários do sul de Roraima, comprovamos o quão necessário é criarmos meios de incentivar o diálogo e troca de saberes, bem como valores como generosidade, simplicidade e a cumplicidade. Assim, a oralidade constitui-se enquanto uma possibilidade pedagógica para incentivar a criticidade e expressividade dos alunos.

Publicado
2016-12-16