CARTAZES DA DIVERSIDADE: O OLHAR ANTROPOLÓGICO NA LEITURA DO COTIDIANO ESCOLAR

  • Francisco Alves Gomes
  • Edio Batista Barbosa

Resumo

As Ciências Sociais, enquanto campo do conhecimento que atua nas vertentes sociológica, antropológica e política, buscam compreender a sociedade a partir da parte ou do todo, a depender a perspectiva metodológica, teórica e epistemológica (MACHADO, AMORIM, BARROS, 2013), isto é, em suas diferentes dimensões, tendo em vista sua gênese e transformação como um processo aberto à múltiplos fatores que nelas intervém, como produtos das contradições que alimentam a ação humana. Assim sendo, a título de exemplo, a própria ação de pensar é um ato social, bem como aprender uma linguagem é um ato social. Nesta perspectiva, a presente oficina trata da construção de um novo olhar para a diversidade étnica e cultural no contexto escolar, pautando-se na teoria do relativismo cultura proposto por Franz Boas, tendo em vista fomentar a confecção de cartazes de luta e manifestação política, como instrumentos constitutivos da sala de aula, enquanto espaço político de luta, de consecução de outros sujeitos e de outros saberes. Neste sentido, objetiva-se, de maneira geral, subsidiar os atores envolvidos em uma trama onde os conceitos básicos das ciências sociais, sobretudo da antropologia, serão apresentados e debatidos, a fim de apreender a lógica do imaginar crítico, do desnaturalizar o “comum” em busca do estranhamento, de modo a romper com o status quo (GIDDENS, 2012). Objetiva-se, de modo específico, motivar a confecção de cartazes que ilustrem a percepção crítica e transdisciplinar dos cursistas, acerca de temas atinentes à diversidade, gênero, cultura, preconceitos, saberes, fundada em uma concepção ampla de educação no campo social. Desse modo, a linha teórica fundante desta narrativa baseia-se na noção de etnocentrismo, na qual, enunciando-se de maneira menos formal, configura-se como o hábito de cada grupo de tomar como certa a superioridade de sua cultura (HORTON; HUNT, 1982), bem como na ideia de relativismo cultural, isto é, uma forma de encarar a diversidade sem impor valores e normas alheios (BOAS, 1883). Dessa forma, para o alcance dos objetivos pretendidos, esta oficina inicia-se via diagnóstico sobre o olhar crítico dos participantes em torno de um tema a ser delimitado pelo mediador da oficina, por meio de uma dinâmica de grupo. No segundo momento passaremos ao debate sucinto dos principais conceitos antropológicos supracitados, bem como procederemos à confecção dos cartazes da diversidade. Espera-se como resultado final deste trabalho, a promoção de um espaço para a socialização das experiências delineadas a partir da construção dos cartazes, de maneira a compartilhar as reflexões sucedidas do artifício de edificação dos produtos finais. Por último, a critério dos organizadores do evento, sugere-se a exposição dos cartazes, enquanto produto final da oficina, nos espaços pertinentes.

Publicado
2016-12-16