CONTRIBUIÇÕES DO USO DO CELULAR NAS AULAS DE MATEMÁTICA NO CÂMPUS NOVO PARAÍSO

Resumo

Esta pesquisa originou-se nas dificuldades dos professores de Matemática do Câmpus Novo Paraíso na/para a realização da sua prática docente, como a falta de material didático a ser disponibilizado aos alunos nessa disciplina, do curso Técnico em Agropecuária e Agroindústria Integrado ao Ensino Médio, para a efetivação do aprendizado, bem como para a viabilidade do conteúdo e das atividades para os alunos. Visando suprir essa necessidade, adotou-se, como material alternativo, o uso do celular nas aulas de Matemática, por fazer parte do cotidiano da maioria dos alunos e, praticamente, todos eles fazerem uso desse aparato tecnológico e aqueles que não possuíam estariam amparados pelo livro didático disponível. Nesse sentido, esta pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de investigar sobre o uso do celular na prática pedagógica do professor de Matemática, no Instituto Federal de Roraima (IFRR), especificamente, do Câmpus Novo Paraíso. Os participantes desta investigação foram três turmas do Curso Técnico em Agropecuária e uma turma de Agroindústria, ambas da instituição, no semestre letivo de 2017/1, especialmente no módulo III, totalizando 105 alunos. Os dados buscaram responder às questões: Quais são as maiores dificuldades enfrentadas na/para a realização da sua prática docente? Como enfrentar essas dificuldades? Os resultados foram os esperados pelos pesquisadores? Este trabalho consiste em um relato etnográfico, baseado nas experiências profissionais de dois professores de Educação Básica Técnica e Tecnológica (EBTT), cuja investigação, entre os alunos, foi realizada utilizando o método de observação participante, ou seja, nas atitudes através do uso do celular durante as aulas de Matemática. Para responder às questões da pesquisa, escoramo-nos no relato etnográfico, pois esta metodologia se torna a indicada por procurar relatar o cotidiano vivenciado por professores que buscam aprimorar a sua prática docente a fim de saírem da possível “zona de conforto”. Faz parte, também, deste trabalho, a abordagem qualitativa que, subsidiando o relato etnográfico, é sua parte integrante. Refletindo sobre a atividade desenvolvida com os alunos durante o ano letivo de 2017, constatamos que o uso do celular esteve presente na prática pedagógica como aparato que contribuiu, de forma significativa, com a supressão do livro didático ou das folhas xerocadas nas aulas de Matemática. Trouxe, também, autonomia aos estudantes, pois eles mesmos precisavam organizar os conteúdos (até mesmo a realização de resumos) e os exercícios solicitados pelos professores. Não houve mais esquecimento do livro (agora celular), uma vez que o conteúdo estava disponibilizado no celular, aparelho este que os alunos, por ventura, nunca esquecem em casa. E, com a utilização dessa ferramenta, os professores mencionam o bom desenvolvimento da sua prática de ensino, praticamente sem dificuldades e com o envolvimento e participação da maioria dos alunos. Portanto, o emprego deste método constitui um excelente recurso tecnológico que está à disposição dos professores preparados a utilizarem-no como forma de melhorar as suas práticas, alcançando, assim, maior êxito no processo de ensino-aprendizagem.