FARELO DO CAROÇO DO AÇAÍ COMO ADITIVO EM SILAGEM DE CAPIM-ELEFANTE

Authors

  • Anderson Peixoto
  • Edileusa Santos

Keywords:

Emurchecimento, Ensilagem, Pennisetum purpureum, Valor nutritivo

Abstract

O capim-elefante (Pennisetum purpureum Schum.) é uma forrageira com excelente potencial de produção de matéria seca, difundida em todo Brasil. Contudo, seu reduzido teor de matéria seca favorece a atuação de microrganismos do gênero Clostridium, responsáveis alterações na fermentação gerando perdas de 50% e 18% para MS e energia, respectivamente, daí a necessidade de reduzir a umidade para obtenção de silagens de boa qualidade. Entretanto, a utilização de aditivos com elevado teor de fibra pode influenciar no valor nutritivo das silagens. A redução da umidade ao sol, assim como a utilização de aditivos absorventes são as técnicas recomendadas para aumento do teor de MS da forrageira a ser ensilada. O emurchecimento, apesar de ser recomendado, tem gerado custos extras para o produtor e, por vezes, as condições climáticas limitam essa prática. O açaí (Euterpe oleracea) é uma palmeira de origem natural da Floresta Amazônica, bastante produzida no estado de Roraima e devido ao aumento do mercado consumidor, e a valorização do fruto no estado, alavancou a extração e o cultivo do mesmo, não há destino para seu resíduo, sendo jogado na natureza. O experimento foi conduzido para avaliar o valor nutritivo da silagem de capim-elefante com adição de 20 e 50% de farelo de caroço de açaí na matéria natural, com capim-elefante emurchecido ou não ao sol. Foram utilizados, para avaliação, quatro tratamentos, cada um com cinco repetições. O experimento foi conduzido no Laboratório de Sementes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima, Campus Novo Paraíso, na Cidade de Caracaraí-Roraima. Os caroços de açaí nativo foram obtidos na cidade de Rorainópolis-Roraima. Os silos experimentais eram feitos de PVC com 10 cm de diâmetro e 50 cm de comprimento, com capacidade para aproximadamente 4 litros. Após 60 dias, os silos foram abertos, coletadas amostras para análise e acondicionadas em sacos plásticos e armazenadas a -20°C. Ao iniciar as análises, foram coletadas amostras de aproximadamente 120 gramas, colocadas em estufa e triturados em moinho. Os teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente neutro corrigido para cinzas e proteína (FDNcp) foram determinados e os dados foram submetidos à análise estatística utilizando o PROC MIXED do SAS. Após análise de todos os parâmetros estudados, pode-se concluir que não há viabilidade de utilização do farelo de caroço de açaí na silagem de capim-elefante na alimentação de ruminantes nas proporções e condições aqui apresentadas, por apresentar alto valor de FDN e baixo valor nutritivo quando comparado a silagem sem adição do farelo de caroço de açaí.

Published

2019-12-18