A COMPOSIÇÃO MUSICAL PARA FINS DIDÁTICOS

Abstract

A falta de interesse dos alunos nos componentes curriculares abordados na escola é um tema bastante discutido em vários estratos da educação brasileira. Existem diversas hipóteses sobre esse desinteresse, sendo uma delas a linguagem muito formal e descontextualizada com a realidade do estudante. Diante deste problema, muitos cursos preparatórios de pré-vestibular utilizam a música como recurso didático com o objetivo de tornar determinado assunto mais divertido e interessante, pois a música pode explorar outros aspectos da inteligência humana. Neste sentido, o presente projeto teve como objetivo elaborar composições musicais sobre assuntos abordados no currículo escolar para facilitar o aprendizado de alunos e servir como ferramenta didática para professores. Para cumprir tal objetivo, o coordenador e a bolsista fizeram um levantamento de alunos e professores com habilidades em instrumentos musicais, vocalização e composição de letras. Primeiramente foi feita uma triagem de músicas que representassem assuntos didáticos abordados no ensino médio e temas sobre os anseios e problemas do jovem nesse âmbito. Neste processo, foram envolvidos dois professores e cinco alunos do IFRR Campus Amajari, sendo um deles venezuelano. Dentre os temas abordados estão a matemática com a música “Adivinha Porque” que versa sobre a regra de três; A biologia com o “Xote do Reino Plantae”; Temas existenciais como “Não Pare de Estudar” que fala sobre o abandono dos estudos, “Frio Cobertor” que fala sobre o suicídio e automutilação; “Elemental” que versa sobre drogas e a relação entre pais e filhos; “Level Up” que é um “Rap” e fala sobre a vida de um aluno venezuelano. Há também temas sobre a vivência amorosa e cotidiana dos alunos nas músicas “Bom” e “Anedota do IFRR”. Uma observação interessante a ser asseverada é que essas músicas representam como o jovem atual pensa e se comporta com seus pares e com a sociedade, também pode-se observar o que os faz tomar certas atitudes. A música “Frio Cobertor” por exemplo foi baseada em uma conversa com uma aluna que esteve prestes a cometer suicídio. Também foi observado no projeto que o IFRR carece de ações mais voltadas à arte. Sabe-se que a arte e cultura são mecanismos comprovados de amenização de pensamentos agressivos e depressivos. Conclui-se que, este trabalho deveria ser mais incentivado no IFRR, pois é notório que muitos alunos gostariam de se expressar e não possuem mecanismos para isso. Segundo os próprios alunos, as vias formais que o IFRR utiliza para lidar com esses problemas têm pouca eficácia. Sendo assim, é muito importante que mais ações de esporte, cultura e lazer façam parte da política educacional deste instituto.