ANÁLISE DA ATUAÇÃO DA CASAÍ LESTE DO ESTADO DE RORAIMA COMO ESTABELECIMENTO DE APOIO, ACOLHIMENTO E ASSISTÊNCIA AO INDÍGENA
Keywords:
Assistência, Casaí, Indígena, Política de SaúdeAbstract
A Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas- PNASPI é considerada uma conquista para a garantia dos direitos e deveres dos índios. Entendendo a sua importância a presente pesquisa teve por objetivo analisar a atuação da Casa de Saúde Indígena (Casaí) Leste do estado de Roraima, como estabelecimento de apoio, acolhimento e assistência, bem como, caracterizar o cenário atual, verificar sua atuação na operacionalização da Política e identificar os desafios e possibilidade da sua atuação. Para tal finalidade o projeto adotou a pesquisa qualitativa – descritiva em forma de estudo de caso, fazendo uso de roteiro observatório e questionário semi- estruturado. Como resultados constatou-se que a Casaí Leste é a mais recente inaugurada e atualmente atende a população indígena de onze pólos-base, tem por finalidade apoiar, acolher e assistenciar o indígena que vem para o perímetro urbano referenciado para a rede SUS. A mesma está localizada as margens da BR-174 e funciona todos os dias da semana, 24 horas por dia. Funciona no prédio que é alugado da diocese e atualmente essa estrutura possui 162 leitos, sendo 81 pacientes e 81 acompanhantes, dispondo de uma parte externa verde, para atender o proposto pela Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas. O estabelecimento conta ainda com diversos departamentos e com uma equipe multidisciplinar. Oferta serviços que atendem as diretrizes da PNASPI, a saber: de enfermaria, farmácia, odontologia, imunização, teste do pezinho, curativo, assistência social, transporte para deslocamento até a referência SUS, assistência social, medicina tradicional, alimentação, lavanderia, manutenção, radiofonia e clínica médica. O indígena permanece na Casaí Leste até que tenha condições de retornar a sua comunidade. Durante sua permanência nesse estabelecimento notamos que a Casaí vem exercendo seu papel de forma satisfatória. O indígena é recepcionado, triado, acolhido e assistenciado pela equipe multidisciplinar que faz o possível para que o indígena seja acolhido dentro das suas especificidades. Possibilita que a puérpera faça o teste do pezinho do seu recém-nascido na própria Casaí, para evitar demora na espera pelo teste na maternidade e garantir uma melhor acolhida. Busca, ainda, atender a dieta de cada paciente, dispensando seu medicamento nos horários estabelecidos pelo médico e garantindo o seu translado, via transporte, para qualquer estabelecimento da rede SUS. No entanto, esse estabelecimento tem que lidar com déficit de recursos humanos e materiais e necessidades na estrutura física, o que dificulta a realização dos trabalhos com total eficácia. Associadamente, a Casaí se encontra em um meio político que discute a possibilidade da descentralização da operacionalização da PNASPI para os três entes federativos, o que levanta a dúvida entre os indígenas e gestores se isso surtirá como positivo ou negativo.