PROJETO “ESPAÑOL PARA NIÑOS”: A EXTENSÃO COMO ARTICULADORA DO ENSINO E DA PESQUISA
Abstract
O fazer universitário exige reflexão a respeito de suas principais atribuições: o ensino, a pesquisa e a extensão. Por muitos anos, essas atividades foram tratadas como funções independentes entre si. Contudo, com o processo de redemocratização do país, inseriu-se no discurso da reforma da educação a indissociabilidade dessa tríade. Desde então, muitas universidades buscam adotar práticas inovadoras que aproximem a academia das comunidades, garantindo aos cursistas vivências em que se articulam as três atividades, sem a necessidade de privilegiar uma em detrimento das outras.
Amparando-se nessa perspectiva, submeteu-se ao Programa Institucional de Bolsas e Ações de Extensão (PBAEX) o projeto "Español para Niños", objeto de análise deste trabalho. A ação teve como tema central o ensino de Espanhol como Língua Estrangeira (E/LE) na educação básica (Ensino Fundamental I). Foi desenvolvida com o propósito de responder ao seguinte problema: de que maneira se pode favorecer a aprendizagem de Espanhol como Língua Estrangeira por crianças de 6 a 7 anos?
Para responder a esse questionamento, o planejamento didático pautou-se no pressuposto de que a ludicidade aplicada ao ensino é capaz de favorecer a aprendizagem pelos alunos e dinamizar o trabalho do professor, tendo como base os preceitos da Teoria Sociointeracionista, apontados por Vygotsky (1998), para quem a aprendizagem é uma experiência social de interação pela linguagem.
Ressalta-se que o objetivo do projeto foi identificar procedimentos didáticos, recursos e estratégias de ensino, centrados na ludicidade, que tornem a prática pedagógica dinâmica e façam do professor um mediador da aprendizagem de E/LE pelas crianças.
Os resultados indicam que a atividade extensionista promove a articulação com a pesquisa, ao recorrer aos procedimentos da pesquisa-ação, para sua execução; da pesquisa qualitativa, para análise dos resultados; e nos fundamentos teóricos obtidos pelos estudos realizados no âmbito do ensino, conferindo à extensão uma visão acadêmica e não-assistencialista.