REPRESENTAÇÃO SOCIAL DE ALUNAS DE AÇÃO AFIRMATIVA DO IFRR: UMA ANÁLISE COM RECORTE DE GÊNERO E RAÇA
Abstract
No país racista em que vivemos a diferença de escolaridade entre negros e brancos é muito alta. A política de Ações Afirmativas serve para minimizar esta diferença entre negros e brancos e/ou outras etnias na educação e no mercado de trabalho. Pesquisar a participação de estudantes mulheres nas Ações Afirmativas e sua representação social no âmbito escolar, a partir de um recorte de gênero e raça com alunas do IFRR Campus Boa Vista ingressantes no ensino técnico integrado ao médio por meio de Ações Afirmativas. Pesquisa bibliográfica e fichamento. Aplicação de entrevistas semiestruturadas. Por se tratar de alunas menores de idade, foram entregues termos de autorização a serem assinados pelos responsáveis. Utilização de dados do Departamento de Registros Acadêmicos (DERA). Apoio do NEABI, com uso do espaço físico para estudos, além de materiais bibliográficos sobre Educação Étnico Racial. Foram solicitados dez termos de autorização, sendo que sete foram entregues assinados. Foram feitas sete entrevistas. Ao perguntar a uma entrevistada se já havia sofrido alguma discriminação, ela me respondeu: “Muito, muito, muito. Me excluem [...], deduzo que seja por causa das minhas características negras. Já predizem que sou mais inferior, mais pobre, mais chata [...] só olhando na minha cara”. A mesma entrevistada disse que SIM, ela se sente menos valorizada que os meninos e ainda disse que “eles menosprezam as capacidades de nós, mulheres”. “Quando tirei uma nota baixa me disseram que isso aconteceu só porque sou de ações afirmativas”, diz outra entrevistada. Dado o exposto, podemos afirmar que SIM, mulheres afrodescendentes sofrem discriminação no âmbito escolar. Tanto por serem mulheres como por serem de ações afirmativas.