DETERMINAÇÃO DO RENDIMENTO DE CURIMATÃ (Prochilodus nigricans, Agassiz, 1829) ORIUNDAS DA AQUICULTURA
Palavras-chave:
Aquicultura, Beneficiamento, Espécie nativa, Prochilodus nigricansResumo
O gênero Prochilodus possui ampla distribuição no território brasileiro e na Amazônia, o Prochilodus nigricans, conhecida popularmente como curimatã, possui importância relevante para pesca artesanal e comercial, além do potencial para aquicultura. A espécie é encontrada frequentemente piscicultura como fauna invasora. Desse modo, objetivou-se determinar o rendimento de curimatã (P.nigricans) oriundas da aquicultura. Para esse estudo, foram coletados, 25 exemplares P. nigricans, com massa média de 575,0 ± 181,7 g, comprimento total e padrão de 33,1± 7,0 cm e 26,0 ± 2,4 cm, respectivamente. A origem dos animais foi piscicultura de grande porte, no município de Amajari, em que a curimatã é fauna invasora. Em laboratório, os animais foram lavados com água clorada (5 ppm) e submetidos às etapas de beneficiamento como retirada de escamas, evisceração e descabeçamento. Durante esse processo, foram aferidas as massas de pescado inteiro, corpo limpo ou carcaça, cabeça e resíduos (brânquias, vísceras, escamas e nadadeiras). Os dados coletados foram aplicados em cálculo de volume percentual (%) para a determinação do rendimento. Para isso, foram estabelecidas três tratamentos: Rendimento de todos os indivíduos (n=25), rendimento apenas das fêmeas ovígeras (n=9) e rendimento dos indivíduos sem fêmeas ovígeras (n=16). Todo o procedimento experimental foi realizado no Instituto Federal de Roraima, Campus Amajari. Os resultados mostraram o rendimento de corpo limpo de aproximadamente 72,3 ± 5,0 % para fêmeas ovígeras, 78,1 ± 0,9 % para indivíduos sem fêmeas ovígeras e de 77,5 ± 4,1 % considerando todos indivíduos amostrados. Os resíduos contabilizaram 22,9 ± 5,1 para fêmeas ovígeras, 21,6 ± 1,1 % para indíviduos sem fêmeas ovígeras e 21,8 ± 3,9 % para todos os indivíduos amostrados. No tratamento que considerou apenas as fêmeas ovígeras, as gônadas representaram rendimento 8,4 ± 5,6 %. Como resultados, observou-se que as fêmeas ovígeras apresentam menor rendimento de carne, uma vez que parte da reserva energética nesse período é destinado a produção do vitelo. De um modo geral, a curimatã apresentou um bom rendimento de corpo limpo, mas para facilitar seu consumo com esse tipo de corte, é necessário realizar cortes horizontais do dorso até a cauda (termo ticar). No mercado, a curimatã é de baixo valor comercial, e com isso há a necessidade de aplicação de tecnologias adequadas para a valorização da sua carne. A salga, defumação e piracuí (concentrado proteico de pescado) são técnicas de processamento que podem responder tanto pela valorização comercial como as qualidades sensoriais e vida de prateleira. A ova do peixe pode ser considerada um modelo interessante para estudo, principalmente por ser rica em nutrientes e consumida na região Amazônica. Os resíduos por sua vez também podem ser aproveitados ao invés de serem desperdiçados, principalmente pela elaboração da compostagem.