MELIPONICULTURA EM AMAJARI-RR: Revitalizando relações ancestrais entre abelhas nativas e povos originários

Autores

  • Lucas Manoel Santos Menezes IFRR/CAM
  • Nailton Stevin da Silva IFRR/CAM
  • Natsumi Carvalho Yamada IFRR/CAM
  • João Pedro da Silva de Carvalho IFRR/CAM
  • Eduardo Magalhães Borges Prata IFRR/CAM

Palavras-chave:

Abelhas sem ferrão, Abelhas indígenas, Mel, Meliponicultura, Própolis

Resumo

A meliponicultura, atividade de criação de abelhas sem ferrão, tem origem nas Américas a partir dos povos originários pré-colombianos. No entanto, no Brasil esta atividade ainda é incipiente, apesar do enorme potencial em termos de diversidade de abelhas e plantas, especialmente na região amazônica. Nesse contexto, nosso projeto propõe os seguintes objetivos: divulgar a meliponicultura no município de Amajari-RR; capacitar os moradores da comunidade indígena do Araçá para a criação de abelhas sem ferrão, de modo a desenvolver essa atividade para fins de geração de renda e conservação das espécies, e de revitalização dessa relação ancestral dos povos indígenas com as abelhas. Para isso, realizamos duas atividades de divulgação da meliponicultura. A primeira se deu no meliponário do campus Amajari durante a XII Mostra Pedagógica, onde cerca de 80 alunos de escolas da sede do município tiveram a oportunidade de observar as colônias (rainha, operárias, zangões, favos de cria e potes de alimento) e conhecer um pouco mais da biologia das abelhas sem ferrão. A segunda atividade ocorreu na Escola Municipal Iêda da Silva Amorim, em que além da observação das colônias, os alunos (aproximadamente 135 crianças) tiveram experiências sensoriais, a partir da degustação de mel e do contato direto com a cera e a própolis. Na comunidade do Araçá, realizamos oficinas de confecção de ninhos-isca para atração de enxames naturais, que foram instalados no entorno da comunidade. Realizamos ainda, a instalação de um meliponário na comunidade, constituído por uma colônia da espécie Frieseomelitta longipes (moça-branca) e uma de Melipona interrupta (jupará), e está previsto a instalação de mais duas colônias no meliponário. A abordagem teórica sobre biologia e manejo das abelhas sem ferrão tem se dado durante o desenvolvimento das atividades práticas. Realizaremos, ainda, atividades de construção de caixas e multiplicação das colônias do meliponário, e um acompanhamento técnico por pelo menos um ano. Nossos resultados têm sido satisfatórios em relação ao envolvimento do público alvo, tanto os alunos das escolas, como os participantes da comunidade indígena do Araçá. Podemos esperar que as oficinas de apresentação das abelhas sem ferrão (e seus produtos) para as crianças, desperte o interesse futuro na atividade de meliponicultura contribuindo assim para a conservação das espécies. No mesmo sentido, a partir das nossas oficinas de capacitação, esperamos que os comunitários envolvidos no projeto adquiram autonomia na atividade de meliponicultura, tornando-se futuros produtores de mel, própolis, cera e pólen, e que possam replicar essa iniciativa em outras comunidades da região.

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Publicado

2024-12-13