HORTALIÇAS QUE ENCANTAM: Semeando boas práticas de cultivo entre os estudantes da Comunidade Indígena Tarau Paru, Pacaraima/RR.

Resumo

Construir e cultivar uma horta na escola promove a cultura maker, ou seja, os estudantes colocam a mão na massa, o que permite desenvolver com mais autonomia as atividades cotidianas. Os cuidados com o cultivo das hortaliças estimulam as habilidades, pois aumenta o engajamento dos alunos em relação aos conteúdos estudados em sala de aula. Nesse sentido, ao longo do primeiro semestre de 2024 foi desenvolvido no campus Amajari do IFRR o cultivo de vegetais, como alface, couve, cebolinha, pepino, quiabo e pimenta, com apoio de um grupo de estudantes indígenas, oriundos da comunidade indígena Tarau-Paru, localizada no município de Pacaraima-RR. Esses estudantes moram no alojamento do Campus Amajari, e nesse sentido o cultivo das hortaliças serviu como uma ferramenta pedagógica para apresentar a eles a origem dos alimentos: saber o que está sendo consumido, quais são os nutrientes necessários para o crescimento e de onde vêm esses alimentos. A atividade ainda contribuiu para equilibrar o uso de eletrônicos e o contato com a natureza: apesar de oferecer diversos benefícios, o uso da tecnologia pode trazer riscos para os adolescentes, como o isolamento, distúrbios emocionais e o distanciamento da natureza. Ter um espaço que estimula o contato com o meio ambiente na Instituição de Ensino é essencial para equilibrar o uso de eletrônicos com o conhecimento a respeito do ecossistema. Além disso, a participação na horta na escola contribuiu com o desenvolvimento cognitivo e sensório-olfativo. O cultivo das hortaliças serviu de base para o aprendizado das disciplinas e dos seus conteúdos. Na aula de Biologia, por exemplo, os alunos puderam acompanhar de perto como se dá a germinação e o crescimento das plantas. Já nos ensinamentos de Física, a professora pode trabalhar economia doméstica por meio do uso dos alimentos plantados. O cultivo de uma horta criou situações de aprendizagem reais e diversificadas, o que permitiu ampliar a inserção e as discussões dos temas trabalhados dentro da sala. Ou seja, ao plantar e cuidar das hortaliças, os estudantes tiveram acesso a conhecimentos que serão levados pela vida toda. Os resultados obtidos com essa iniciativa foram positivos, o excedente produzido foi comercializado e os estudantes puderam adquirir alimentos e outros itens pessoais já que devido à distância da comunidade eles moram no alojamento do campus. Essa abordagem prática visou contribuir com a aprendizagem e a formação dos nossos estudantes dos cursos técnicos de Agropecuária e Aquicultura integrados ao Ensino Médio.